6 bilhões de outros & third culture kids: estamos num mundo mais plano?

Dando um passeio pelo site da exposição 6 bilhões de outros, achei um documentário sobre a cidade de São Paulo muito interessante.

Somos São Paulo [We Are São Paulo]. 6 bilhões de Outros from GoodPlanet on Vimeo.

Nós, brasileiros, somos todos meio mestiços, seja geneticamente ou culturalmente. Contudo, observo que nos últimos anos, talvez mais na última década, estamos sofrendo forte ação de forças hegemômicas sobre nossa população e culturas brasileiras de raiz são perdidas. Poderíamos citar diversas culturas indígenas, quilombolas, cablocas e de outras mestiçagens.

Quando vejo países como a África do Sul, que tenta negociar entre suas várias etnias uma via comum, legitimando várias línguas como oficiais e com 3 capitais, me entristeço pouco esforço político em nosso Brasil para fazer valer e cultivar aquilo que é nosso de raiz. Temos nos destacado econômica e politicamente no cenário internacional, porém não percebemos no monstro que nos tornamos para nós mesmos. Gostaria muito de ver meus filhos crescendo num mundo realmente globalizado e multi-, transcultural.

Hoje à tarde, finalmente!, chegou meu livro pedido na Amazon 3rd Culture Kids: growing up among worlds. Pollock e Van Reken falam da experiência de família que criaram seus filhos em outros países e que precisaram migrar devido ao trabalho dos pais (segue aqui dois links para quem quiser ler mais sobre o assunto: http://www.tckworld.com/ e http://en.wikipedia.org/wiki/Third_culture_kid). Espero que a leitura não me decepcione, afinal, depois que Chomsky deu um tapa na orelha do Chávez, tenho cá minhas dúvidas quanto um tanto de coisa.

Aqui me fica uma pergunta… Estamos num mundo mais plano? Plano para quem? Deixe seu comentário e vamos abrir o debate!

9 Comentários

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9 Respostas para “6 bilhões de outros & third culture kids: estamos num mundo mais plano?

  1. Teacher, sem ler o livro que você comprou e sem ter as bases filosóficas que são alicerce do seu discurso (do qual sou fã incondicional) posso te garantir que seu filho crescerá sim num mundo mais globalizado e quem sabe até mais plano para os que se multi-culturalizarem. Por outro lado, é muito “naive” acreditar que isso vai ocorrer no Brasil num futuro próximo (até mesmo em longo termo). A multi-culturalidade daqui é para inglês ver (nem eles veem), com ações atabalhoadas e de efeito duvidoso, como o sistema de cotas para minorias (tenho olhos verdes, quero uma vaga então!), cartilha de anti-homofobia ou gramática de “Lulês”. Não me entendam mal, eu quero que existam mais negros, indios e pobres nas faculdades, mas que junto com as fantásticas leis criadas, se crie tambem um pouco de bom senso e fiscalização. Seu filho pode até ser globalizado, mas ele tem que ser tão viajante e viajado quanto nós somos.

    • O que mais me espanta é o ritmo da construção de um paradigma “imperialista” em nosso país. Como somos referência econômica, política, dentre outras, nossa nação tem adotado posturas muito hegemônicas, ou seja, o privilegiado é um certo “primeiro-mundismo”. Valorizamos sobrenomes de família, brasões e afins e esquecemos dos colares, terreiros, flautas, arcos, flechas e demais.

      Talvez (e friso esse talvez!), com a exploração de petróleo e a possível futura imigração de europeus, asiáticos e estadunidenses para o continente africano e para a América do Sul nos próximos anos devido às crises econômica, energética e climática que virá (por favor, não quero ser apocalíptico ou fatalista, apenas realista…), algo mude por aqui.
      Novamente: talvez, se, caso e possivelmente (possibly not probably!).

      Deveríamos aproveitar mais o que construímos culturalmente e preencher as brechas que todo paradigma sócio-cultural possui. Afinal, nada neste mundo é perfeito ou completo, e sim somente e tão somente continua construção.

  2. Pingback: Administração e Sociedade – Misturando tendências e tradição | Prof. Fábio Nogueira et alii

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  4. Antigamente, as mudanças e as turbulências eram mais lentas. Hoje são mais rápidas. Olhar para o futuro, ajuda a entender melhor o presente. A pessoa se situa de uma forma mais inteligente, no futuro, para desenvolver suas competências de antecipação e se prevenir. Além do mais, as altas taxas de mudanças previstas para as próximas décadas, reduziram drasticamente a vida útil de nossos conhecimentos.(Hoje, algo novo, se torna velho em um ano).
    A quantidade de informação circulante no mundo hoje é absurda, e o conhecimento, em grande parte, é pago, não pode ser considerado como “plano”. Mesmo com a internet, não há uma distribuição equânime da informação (sendo a pirataria uma resposta natural da população a essas necessidades).
    De fato, conforme a concentração de renda, teremos a concentração de informação, a não ser que um novo fator altere o fluxo dos acontecimentos.
    Devemos então pensar que somos parte fundamental da constituição de novos primas onde o valor dominante é a informação.

    Dyogenys Fabricio M. Ramos
    Ciências Contábeis

  5. Jamylly Caran

    Ah eu sou mais positiva sobre a questão cultural, eu acredito sim que a cultura em nosso pais ainda é bastante forte, penso que poderia ser mais, mas muito lugares desse nosso Brasil é bastante forte em suas origens posso citar ainda o Municipio de Serra com a ficada e puxada do mastro na festa de São Benedito o que eu vejo é o desinteresse da sociedade em participar e ter mesmo o conhecimento, quando por exemplo vc vai na igreja de Queimados Patrimonio Cultural do Municipio muito dificil vc encontrar uma familia explicando e contando a historia para um filho, então acredito que tem que mudar o pensamento e hoje se eu ver a foto pela internet já tá bom, tem que inserir principalmente as crianças e adolescentes nesses movimentos culturais, pq é muito fácil jogar a culpa nos politicos (que a gente elege) e ficar dentro de casa só esperando acontecer!

    Jamylly Caran

  6. Mateus Teixeira

    Diante da grande diversividade de fatos e ações que acontecem no mundo hoje, que afeta diretamente e indiretamente etnias de povos e raças. Nos proporciona a uma reflexão e a um questionamento, para podermos esta atentos de que forma esta sendo cultivado a cultura, os valores éticos e morais na comunidade humana. Por isso essa dúvida nos cerca, se estamos realmente num mundo mais plano, porque ate no exato nomento, são poucos os paises que se mantem no cultivo de etnias, respeitando a forma de ser de cada um, e cultivando os valores morais e éticos.

    Mateus teixeira
    Ciências Contábeis

  7. Paulo Roberto dos Santos 4º período

    Falar em mundo plano, nos dias de hoje talvez não seja a melhor avaliação. Seria melhor chamá-lo de linear, visto que, a exemplo do Brasil que, por força das circunstâncias tornou-se um país bastante eclético no que diz respeito a costumes e tradições pois, considerando a quase total ausência de preconceitos, em que Franceses, Alemâes, Africanos, Americanos e outros povos com culturas bastante diferenciadas misturaram-se a cultura nativa, dando origem a novos conceitos de modo de vida, de comportamento, dentre outros, como também devido a influência externa dos grupos socias, os hábitos se regionalizaram e mantiveram a tradição dessas influências. Daí, entendo que ser plano no ponto de vista cultural é o mesmo que ser linerar e atinge a todos sem distinção.

  8. Karoline Maggioni Loureiro

    Dizer que vivemos hoje em um mundo plano não é o correto,pois observamos diversas desavenças na humanidade,é um querendo passar por cima do outro,a discórdia é grande em diversas culturas.Diante deste tema observamos como é grande o preconceito em relação a etnia e cultura,quanto a raça e cor.Estamos diante de um mundo globalizado onde a tecnologia avança cada vez mais,e aquele que não possui estabilidade econômica acaba sendo passado para traz.Atualmente não há que se falar em igualdade e sim em competição.O que é passado de geração em geração acaba sendo esquecido pois o mundo atual requer estabilidade financeira,deixando a tradição para traz,desvalorizando a cultura e crescendo cada vez mais o interesse pelo valor material,desprezado assim o cultural.

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